quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MENSAGEM DO PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CLERO
O CARDEAL MAURO PIACENZA
POR OCASIÃO DO ADVENTO / 2011

Reverendos e estimados Sacerdotes,

Neste especial Tempo de graça, Maria Santíssima, Ícone e Modelo da Igreja, deseja introduzir-nos naquela que é a constante atitude do seu Coração Imaculado: a vigilância.
De fato, é na vigilância orante que a Virgem constantemente viveu. Na vigilância recebeu o Anúncio que transformou a história da humanidade. Na vigilância guardou e contemplou, mais do que qualquer outro, o Altíssimo que se fazia seu Filho. Na vigilância, informada por um amoroso e grato estupor, deu à luz a própria Luz e, juntamente com São José, fez-se discípula Daquele que dela nasceu, adorado pelos pastores e sábios, acolhido com exultação pelo velho Simeão e pela profetiza Ana, temido pelos doutores do templo, amado e seguido pelos discípulos, hostilizado e condenado pelo Seu povo. Na vigilância do seu Coração materno, seguiu a Cristo Jesus até a Cruz, onde, na imensa dor do seu coração traspassado, acolheu-nos a todos como seus novos filhos. Na vigilância esperou com firmeza a Ressurreição e foi assunta aos Céus.
Caríssimos amigos, Cristo guarda incessantemente a sua Igreja e a cada um de nós! A Santíssima Mãe de Jesus e nossa é constantemente vigilante e nos guarda! A atitude de vigilância à qual o Senhor nos chama é aquela apaixonada observação do real, que nos conduz a duas direções fundamentais: a memória do nosso encontro com Cristo e do grande mistério de sermos Seus sacerdotes, e a abertura à “categoria da possibilidade”.
De fato, a Virgem Maria “fazia memória”, ou seja, continuamente revivia no seu coração, o quanto Deus operou no seu ser e, na certeza desta realidade, vivia o ministério de ser Mãe do Altíssimo. O Coração Imaculado de Maria era constantemente disponível e aberto ao “possível”, a concretização da amorosa Vontade de Deus nas circunstâncias quotidianas e nas mais inesperadas. Também hoje, do Céu, a Virgem Maria guarda-nos na memória viva de Cristo e nos abre de par em par à possibilidade da divina Misericórdia.
Queridos irmãos, peçamos a Ela que nos dê um coração que seja capaz de reviver o Advento de Cristo na nossa própria vida, que seja capaz de contemplar o modo em que o Filho de Deus, no dia da nossa ordenação, de forma radical e definitiva, marcou toda a nossa existência, imergindo-a no Seu Coração sacerdotal, e como Ele nos renova quotidianamente, na Celebração Eucarística, transfiguração da nossa vida no Advento de Cristo pela humanidade.
Enfim, peçamos um coração atento e capaz de reconhecer os sinais do Advento de Jesus na vida de cada homem e, de modo particular, na vida dos jovens a nós confiados: os sinais daquele especialíssimo Advento, que é a Vocação ao sacerdócio.
A Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe dos Sacerdotes e Rainha dos Apóstolos, obtenha àqueles que lhe pedem humildemente, a paternidade sacerdotal necessária para acompanhar os jovens no alegre e entusiasmante seguimento de Cristo.
No “sim” da Anunciação somos encorajados à coerência com o “sim” da nossa ordenação. Na visita a Santa Isabel somos chamados a viver a intimidade divina para levar a presença aos demais e para traduzi-la num jubiloso serviço sem limites de tempo e de lugar. Ao contemplar a Santíssima Mãe que envolve em faixas o Menino Jesus, e O adora, aprendemos a tratar com inefável amor a Santíssima Eucaristia. Ao “guardar tudo no próprio coração”, aprendemos de Maria a dirigirmo-nos ao Único necessário.
Com estes sentimentos, asseguro a todos os caríssimos Sacerdotes, em todo o mundo, uma especial recordação na Celebração dos Santos Mistérios, e a cada um peço um “apoio orante” para o ministério que me foi confiado, implorando ao Senhor, diante do presépio, que nos ajude a tornarmo-nos, a cada dia, aquilo que somos!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

EPIFANIA DO SENHOR

«Os Reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe ofertas, os reis de Sabá vão pagar-lhe tributo. Que o adorem todos os reis da terra e o sirvam todas as nações» (cf. Sal 72). A Solenidade de hoje mostra-nos o cumprimento desta profecia. Os sábios “pagãos” vão à manjedoura de Belém. O nascimento do Salvador apresenta-se como um acontecimento que interessa não só ao Povo de Israel, mas a todo homem. A liturgia apresenta um fato particular – a adoração dos Magos – e, através de tal acontecimento, insere-nos na Realidade divina. Eis a pedagogia divina: A Incarnação.
Os três Magos, cujos restos mortais são custodiados na Catedral de Colônia, eram homens em atitude de profunda espera, que escrutavam os céus em busca dos sinais do Criador. Para fazer-se encontrar por eles, o Senhor utiliza aquilo que lhes era mais familiar: a estrela. Tratava-se de uma estrela com luminosidade e dimensões similares a qualquer outra, mas que ao mesmo tempo, era absolutamente única. De fato, ao resplandecer sobre suas faces reacendia os seus corações, mostrando para qual Luz fossem realmente feitos e colocando-os em caminho.
Tratava-se de um “sinal”, algo de absolutamente comensurável, mas que remetia a uma Realidade superior ao próprio significado.
Durante a viagem, especialmente quando os Magos chegaram a Jerusalém, parecia que a estrela havia desaparecido, mas, na realidade, estavam diante de uma estrela bem maior, que lhes permitiu reconhecer a necessidade de dar um passo ulterior. De fato, reconheceram que foram conduzidos ao coração de Israel, o Povo que o Senhor escolheu como sua morada, e àquela nova Estrela confiaram o próprio caminhar. Depois do cosmos, da obra da criação, a primeira Aliança é o “grande sinal” que Deus pôs no mundo, através do mistério da predileção.
No entanto, parece que aquela luz não resplandeceu com a mesma pureza do astro celeste, ainda que fosse sempre uma mesma luz, pois em diversos momentos indicou aos Magos o caminho, animados das mais díspares das intenções: o rei Herodes serviu-se deles para eliminar um possível rival no poder e concorrente ao título de Rei; além disso, os chefes dos sacerdotes e os escribas usaram a sabedoria recebida de Deus para secundar as solicitações de Herodes, ao ponto de fazê-lo permanecer em Jerusalém, ao invés de acompanhar os Magos à Belém.
O Evangelista mostra-nos o Mistério da Igreja, a Comunidade daqueles que, por graça divina, tornaram-se filhos no Filho, ao mesmo tempo em que foram chamados a fazerem-se, com a ajuda divina, plenamente participantes da Vitória de Cristo sobre o pecado e a morte.
Confiamo-nos ao Senhor Jesus que, sobretudo através daqueles “astros” – que de modo todo especial resplandece na vida dos Santos – indica-nos, incansavelmente e com fidelidade divina, a Igreja como lugar do encontro com Ele. Juntamente com os Magos, aprendemos da Bem-Aventurada Virgem Maria e da fé das pessoas simples, a ter mesma atitude dos pastores: prostrar-se diante de Cristo, verdadeira Eucaristia, e oferecer ao Rei dos reis o ouro dos nossos “tesouros”, ao Deus-conosco o incenso da nossa oração, e ao Redentor Crucificado e Ressurrecto a mirra do nosso sofrimento.
Assim nos tornaremos, sempre mais, participes da Vida do Senhor Jesus, único e verdadeiro “Astro do Céu”, e se realizará também em nós a profecia de Isaías: “Então verás, e teu rosto se iluminará, teu coração vai palpitar e arfar, pois estarão trazendo a ti os tesouros de além-mar, aí chegarão as riquezas das nações” (cf. Is. 60, 5).

Citações de:
Is 60,1-6: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/it/9abuxwb1.htm
Eph 3,2-6: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/it/9absu0c.htm
Mt 2,1-12: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/it/9abttkb.htm

sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal do Senhor




Quanta alegria invade nossos corações!

Nesta noite histórica, que se transformou no Dia Eterno. O dia em que Deus, o Salvador nos veio visitar.

A Luz verdadeira veio dissipar as trevas da nossa vida. Com outras palavras diríamos: a Graça veio suplantar o pecado. Mas, afinal, o que dizer? Quais palavras usar? Se o Verbo Divino e Eterno, o Altíssimo Deus se fez o Pequenino Deus.

Quão humilde nosso Deus, Santíssimo veio habitar em meio aos pecadores. Não por acaso, mas para nos tornar santos como Ele é Santo.

Um abençoado Natal do Senhor!



Emerson Mozart

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


Maria no plano da Salvação

Diversas vezes Jesus foi identificado como a luz, já no Evangelho Ele se identifica como a luz do mundo que veio iluminar e dissipar todas as trevas (Jo 8,12). Cristo gerado antes de todos os séculos, procede diretamente do Pai, “Luz da Luz”. E por desígnio de seu Pai entrou na história, não de forma mágica, mas nascido de uma mulher (cf. Gl 4,4). Esta por sua vez representa todo o seu povo à espera da vinda do Messias. O nome desta mulher é Maria, considerada Aurora da Salvação, pois trouxe em seu seio Jesus Cristo a Luz do mundo, aquele que veio trazer a vida divina, a salvação para a humanidade inteira.
Na plenitude dos tempos, Deus preparou uma virgem com a finalidade de ser mãe de seu Filho no mundo. Por esta razão Maria foi concebida imaculada, sem pecado, a fim de receber santamente o Salvador. Para que, isentos do pecado, tanto o Filho como a mãe, fossem o novo Adão e a nova Eva. Pois, já que por Adão e Eva, nossos primeiros pais, tornamo-nos pecadores, por meio de Jesus e Maria fomos regenerados definitivamente. Todavia, é preciso esclarecer que Maria não assume aqui a função de “salvadora” da humanidade, mas foi a primeira a experimentar dessa graça santificante e ao mesmo tempo a primeira a colocar-se a seu serviço. Para isso Maria confiante se entregou nas mãos do Pai, submetendo sua vontade a vontade do Pai, quando disse livremente: “Ecce ancílla Dómini: Fiat mihi secundum verbum tuum!” (cf. Lc 1,38). No entanto, o sim de Maria foi como que aurora para o sim definitivo e sem reservas de Jesus Cristo, que apagou o pecado da humanidade. Tudo isso, revela que Deus respeita a liberdade do ser humano até as últimas conseqüências. Ele só salvou o homem porque este escolheu a salvação. Maria, na história da salvação é modelo de toda a humanidade, que deseja a Deus e sua salvação. Isso porque, fazendo a sua vontade, a exemplo de Maria nos configuramos a Cristo e formamos com Ele uma só família.
Sendo assim, podemos concluir que a presença de Maria na Economia da Salvação é de grande importância. E isto não significa que Deus esteja submetido à vontade de Maria, pelo contrário, Ele nos provou que podemos ser livres mesmo submetidos à sua Vontade. Retomando agora nosso ponto de partida, podemos dizer em conformidade com o que foi dito: Maria traz em si a Luz que é o Cristo. Ela não é a Luz, mas a contém, porque em sua vida foi Deus quem se manifestou, pois foi em virtude do sim de Cristo que ela disse o seu.

domingo, 13 de junho de 2010

ENCERRAMENTO DO ANO SACERDOTAL




Esta cidade, disse o Papa, viveu jornadas inesquecíveis, com a presença de mais de 15 mil sacerdotes de todas as partes do mundo. "Por isso, hoje desejo dar graças a Deus por todos os benefícios que este Ano trouxe para a Igreja em todo o mundo. Ninguém jamais poderá medi-los, mas certamente estão visíveis e serão ainda mais visíveis os seus frutos."


domingo, 16 de maio de 2010


ATO DE CONFIANÇA E CONSAGRAÇÃO
DOS SACERDOTES AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
ORAÇÃO DO PAPA BENTO XVI

Mãe Imaculada,
neste lugar de graça,
convocados pelo amor do vosso Filho Jesus,
Sumo e Eterno Sacerdote, nós,
filhos no Filho e seus sacerdotes,
consagramo-nos ao vosso Coração materno,
para cumprirmos fielmente a Vontade do Pai.
Estamos cientes de que, sem Jesus,
nada de bom podemos fazer (cf. Jo 15, 5)
e de que, só por Ele, com Ele e n’Ele,
seremos para o mundo
instrumentos de salvação.
Esposa do Espírito Santo,
alcançai-nos o dom inestimável
da transformação em Cristo.
Com a mesma força do Espírito que,
estendendo sobre Vós a sua sombra,
Vos tornou Mãe do Salvador,
ajudai-nos para que Cristo, vosso Filho,
nasça em nós também.
E assim possa a Igreja
ser renovada por santos sacerdotes,
transfigurados pela graça d'Aquele
que faz novas todas as coisas.
Mãe de Misericórdia,
foi o vosso Filho Jesus que nos chamou
para nos tornarmos como Ele:
luz do mundo e sal da terra
(cf. Mt 5, 13-14).
Ajudai-nos,
com a vossa poderosa intercessão,
a não esmorecer nesta sublime vocação,
nem ceder aos nossos egoísmos,
às lisonjas do mundo
e às sugestões do Maligno.
Preservai-nos com a vossa pureza,
resguardai-nos com a vossa humildade
e envolvei-nos com o vosso amor materno,
que se reflecte em tantas almas
que Vos são consagradas
e se tornaram para nós
verdadeiras mães espirituais.
Mãe da Igreja,
nós, sacerdotes,
queremos ser pastores
que não se apascentam a si mesmos,
mas se oferecem a Deus pelos irmãos,
nisto mesmo encontrando a sua felicidade.
Queremos,
não só por palavras mas com a própria vida,
repetir humildemente, dia após dia,
o nosso « eis-me aqui».
Guiados por Vós,
queremos ser Apóstolos
da Misericórdia Divina,
felizes por celebrar cada dia
o Santo Sacrifício do Altar
e oferecer a quantos no-lo peçam
o sacramento da Reconciliação.
Advogada e Medianeira da graça,
Vós que estais totalmente imersa
na única mediação universal de Cristo,
solicitai a Deus, para nós,
um coração completamente renovado,
que ame a Deus com todas as suas forças
e sirva a humanidade como o fizestes Vós.
Repeti ao Senhor aquela
vossa palavra eficaz:
« não têm vinho » (Jo 2, 3),
para que o Pai e o Filho derramem sobre nós,
como que numa nova efusão,
o Espírito Santo.
Cheio de enlevo e gratidão
pela vossa contínua presença no meio de nós,
em nome de todos os sacerdotes quero,
também eu, exclamar:
« Donde me é dado que venha ter comigo
a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43).

Mãe nossa desde sempre,
não Vos canseis de nos visitar,
consolar, amparar.
Vinde em nosso socorro
e livrai-nos de todo o perigo
que grava sobre nós.
Com este acto de entrega e consagração,
queremos acolher-Vos de modo
mais profundo e radical,
para sempre e totalmente,
na nossa vida humana e sacerdotal.
Que a vossa presença faça reflorescer o deserto
das nossas solidões e brilhar o sol
sobre as nossas trevas,
faça voltar a calma depois da tempestade,
para que todo o homem veja a salvação
do Senhor,
que tem o nome e o rosto de Jesus,
reflectida nos nossos corações,
para sempre unidos ao vosso!
Assim seja!